sábado, 8 de dezembro de 2012

Voltar a pisar em Buje

O trabalho no hostel em Belgrado já é passado. Nunca pensei em por lá ficar muito tempo (o trabalho em si era para ser temporário). Tinha já um outro projecto em mente para depois de trabalhar no hostel quando vim para este. O aeroporto a partir do qual partirei para esse novo projecto é o aeroporto de Bolonha. No caminho de Belgrado para Bolonha fica Buje. Pese embora se possa fazer o trajecto de camioneta directamente sem ter de mudar de camioneta em nenhum local pelo meio, decidi passar uns dias em Buje antes de ir depois a Trieste para apanhar o comboio para Bolonha.
Apanho a camioneta de Belgrado a Umag, que chega cerca de 2 horas e meia antes daquilo que estava escrito no horário da estação da Lasta (empresa de transportes) em Belgrado. Pelo caminho passo por mantos de neve com alturas de 2 metros entre Zagreb e Rijeka, na Croácia.
Depois de uma espera feita num bar da estação de chegada eis que chegam 2 dos 3 alunos de português que tinha sempre nas minhas aulas. Pergunto pelo terceiro, que se tinha prontificado a deixar-me dormir em sua casa pelas 3 noites, e fico a saber de uma má notícia na família dele que o impede de estar por Buje durante a minha permanência, mas é-me deixada a chave de casa para eu poder lá dormir.
Depois de arrumada a bagagem na casa dele, eis que partimos para o café (ou a cerveja). Depois da conversa habitual de quando se vê alguém depois de algum tempo, eis que na altura de pagar a conta ninguém me a deixa pagar.
Manhã seguinte é altura de visitar algumas pessoas conhecidas, umas reacções de surpresa e outras nem tanto (tinha avisado algumas pessoas da minha vinda a Buje), de me falarem do quanto mediocres são os novos voluntários do SVE (que não cheguei a conhecer e pelos visto nem eles próprios os conhecem), das 3 estágiárias na câmara municipal que não ficaram lá depois de terem trabalhado um ano à borla, ter um café à borla e ser convidado para um jantar também à borla mais à noite.
O terceiro dia foi o mais aborrecido de todos pois grande parte foi passado sem poder sair de casa devido a uma intensa chuva mas ainda deu para ter um café à borla, ir buscar algumas coisas que tinha deixado com o meu senhorio aquando do fim do meu projecto no SVE. A noite do terceiro dia, no entanto, foi preenchida com um jantar no qual no final ninguém me deixou pagar.
Sinceramente não esparava ser tão calorosamente recebido depois de 3 meses desde que se acabou o meu projecto em Buje. O momento da despedida foi mais difícil agora que aquando da minha partida no começo de Setembro.
Voltar um dia outra vez a visitar Buje? Não penso nisso para os próximos tempos mas também quando parti em Setembro não pensava em voltar a visitar Buje ao fim de apenas 3 meses.
 

A inflacção na Sérvia

A Sérvia é um país que tem uma inflacção anual de cerca de 10%. Eu pude constatar por mim mesmo essa realidade aquando da minha segunda passagem pela Sérvia em Agosto ao ver que o valor do euro em dinares sérvios tinha passado de cerca de 102 para 113 com o consecutivo aumento dos preços em dinares. Os dinares que tinha mantido da minha primeira passagem pela sérvia tinham perdido valor. Assim não é anormal que o euro em estabelecimentos turísticos sejam bem aceite como moeda de pagamento pois em caso de poupança garante uma maior estabilidade em relação ao valor da mesma ao fim de algum tempo. 

Sérvio e croata ou serbo-croata? VIII

Mais um termo diferente consoante a língua ser o sérvio e o croata é o termo para "estrada". Enquanto na língua sérvia esta infra-estrutura é chamada "put", na língua croata é chamada "cesta". Por consequência, as palavras para "auto-estrada" são consequentemente e respectivamente "autoput" e "autocesta". O termo para as portagens também é em consequência diferente: em croata é "cestarina" enquanto em sérvio é... "putarina".

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Sérvio e croata ou serbo-croata? VII

Uma outra palavra que é diferente entre a língua sérvia e a língua croata é palavra para "aeroporto". Enquanto na Sérvia esta infra-estrutura é chamada "aerodrom", na Croácia é chamada "zracna luka" (literalmente traduzido seria em português "porto aéreo").

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Coisas de se trabalhar num hostel II

Quando se trabalha num hostel é normal verem-se hóspedes a chegarem com apenas uma mochila ou com malas com alguma dimensão. Nunca visto por ninguém que trabalha neste hostel foi alguém chegar com 10 malas sendo que a mais leve de todas deveria pesar 10kg. A autora desta proeza foi uma russa pelos 50 anos que chega ao hostel e apenas fala em russo, reclama pelo facto de o quarto mais barato ser misto e não quer estar num quarto só para mulheres por apenas mais um euro, para além de estarem outros hóspedes a verem um canal de televisão e ela apenas chegar e mudar o mesmo sem perguntar nada.
Tinha uma reserva para 3 noites, ao fim da segunda noite foi mandada embora. 

Coisas de se trabalhar num hostel I

Uma das coisas que mais poderá marcar quem trabalha num hostel são alguns dos hóspedes que por cá passam. Alguns são já repetentes e sempre que passam por Belgrado dormem neste hostel. Estes "repetentes" podem ser pessoas completamente diferentes entre si mas geralmente pela seu gosto em estar neste hostel fazem também quem neste hostel trabalha gostar de cá estar.
Dois exemplos disso são um alemão que nos últimos tempos tem andado a passear por estes lados e entre um destino e outro costuma pernoitar em Belgrado (a rede rodoviária e ferroviária dos países da Ex-Jugoslávia está ainda muito centrada em Belgrado fruto também de uma ausência de investimento em novas infra-estruturas) e um polaco que costuma passar por cá para ver os derbies entre equipas de futebol sérvias.
Falando agora em proveitos materiais, muito se pode beber de borla com o polaco a pagar cervejas para toda a gente e a partilhar as suas garrafas de wodka (assim se escreve em polaco) e rakija.

Fast-food de peixe

Quando há uns anos atrás trabalhava num restaurante pertença de uma empresa que possui também em Portugal a franquia de algumas marcas bem conhecidas de fast-food disse uma vez que com tantos tipos diferentes de fast-food que existem actualmente só falta mesmo haver fast-food de peixe. As pessoas que me ouviram nesse momento disseram que não teria qualquer viabilidade pois as pessoas não estariam interessadas. O estranho disto tudo é que Portugal é o segundo país do mundo onde se come mais peixe.
A Sérvia está bem longe dessa posição no "ranking" mundial dos comedores de peixe mas não parece que isso tenha evitado a existência em Belgrado de uma loja de fast-food de peixe e que esta costume ter filas de clientes à espera de serem servidos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Curiosidades acerca da língua sérvia II

A língua sérvia, ao contrário da língua croata, é de certa forma avessa a estrangeirismos ortográficos. Não significa isto que os sérvios não integrem palavras de origem estrangeira na sua língua mas significa apenas que convertem a ortografias dessas palavras para as regras ortográficas da sua própria língua. Um dos exemplos mais usados é o da palavra italiana "cappuccino" convertida para "kapucino".

Sérvio e croata ou serbo-croata? VI

Mais outra palavra que é diferente no croata e no sérvio: "kava" e "kafa". Ambas as palavras significam "café" mas enquanto a primeira é usada na língua croata, a segunda é usada na língua sérvia (assim como também na língua bósnia). Para o local onde se toma café também os termos têm a diferença de "v" para "f", respectivamente: "kavana" e "kafana".

domingo, 2 de dezembro de 2012

Ir a um jogo de futebol em Belgrado

Já no artigo anterior falei no polaco que costuma passar por Belgrado para ver os derbies entre equipas de futebol sérvias. Não me perguntem como, mas ele conseguiu ter um convite para duas pessoas para assistir ao jogo do Crvena Zvezda (Estrela Vermelha) contra o Partizan, derby de Belgrado. Fui eu o contemplado com a oferta do segundo lugar. Chegados ao estádio deparamo-nos com a ausência de bebidas alcoólicas à venda nas imediações do estádio. A vontade em comprar alguma coisa para beber levou-nos a ter de caminhar bastante e perante o insucesso em encontrar uma loja a vender bebidas alcoólicas, o polaco decidiu-se a ir de táxi procurar um local mais longínquo. Fomos todos no táxi (pago por ele) juntamente com dois austríacos que também foram ver o derby até a uma bomba de gasolina onde finalmente foi possível comprar cerveja e vodka. No trajecto, o táxi em certo local passou debaixo de uma chuva de pedras atiradas entre adeptos dos dois clubes.
Estando num local perto do estádio a beber, deparamo-nos com a presença não só de polícia mas também de militares que no entanto nada disseram em relação ao facto de nos encontrarmos a beber perto do estádio. Tendo o polaco um cachecol do Crvena Zvezda ao pescoço e tendo passado um adepto do Partizan, este apenas dá um pequeno empurrão e pergunta "O que é isto?" enquanto continua a andar sem gerar qualquer confronto.
De notar que não se viram muitos adeptos com cachecóis ou outros adereços do clube pelo qual torcem.
No campo o resultado foi 3-2 a favor do Crvena Zvezda.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Reacções à libertação do criminoso de guerra albanês do Kosovo

Esta última libertação de um criminoso de guerrra albanês do Kosovo deu origem a um maior sentimento de revolta por parte dos sérvios, pese embora não se tenham observado protestos nas ruas ou qualquer tipo de distúrbios.
Enquanto que o que se passou na Croácia e na Bósnia-Herzegovina já é uma coisa do passado para os sérvios, o que não significa que tenham esquecido, o que se passou e passa no Kosovo é algo bastante actual. No entanto, para os sérvios não foi de todo surpreendente esta última libertação que aconteceu uma semana depois da libertação dos generais croatas. Reforça-se entre os sérvios a ideia de que isto é uma punição pelos resultados das últimas eleições legislativas.

Sérvio e croata ou serbo-croata? V

Uma outra diferença entre o sérvio e o croata está na palavra para "semana". Enquanto os croatas dizem "tijedan" os sérvios dizem "nedelja" que curiosamente é a mesma palavra que a usada para "domingo".

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Tratamento dado pelos sérvios aos outros ex-jugoslavos

Poder-se-à ser levado a pensar, quem nunca esteve na Sérvia, que os sérvios tratarão mal as pessoas vindas dos outros estados formados com o fim da Jugoslávia ou pelo menos olharão para as mesmas de lado. Mas a realidade que pude observar aquando da minha primeira passagem pela Sérvia em Dezembro de 2011 e a minha permanência actual neste país é bem contrária a essa ideia.
Hóspedes croatas têm sido bastante bem recebidos e geralmente os donos dos hostels conversam mais com eles que com hóspedes de outras nacionalidades que se encontrem presentes. Pude observar isso não só no hostel onde me encontro a trabalhar mas também num outro hostel onde dormi uma vez por duas noites em Belgrado. Há algumas semanas atrás a mesma situação se deu com dois hóspedes turcos do Kosovo, pese embora eu não acredite que o mesmo se passasse se em vez de serem turcos fossem albaneses.

Sérvio e croata ou serbo-croata? IV

Os nomes para os meses do ano são um dos aspectos em que os croatas e os sérvios mais divergem. Nenhum dos meses tem um nome sequer semelhante em ambas as línguas, como se poderá ver no seguinte esquema (com o nome croata primeiro seguindo do correspondente em sérvio:
 
Sijecanj - Januar
Veljaca - Februar
Ozujak - Mart
Travanj - April
Svibanj - Maj
Lipanj - Jun
Srpanj - Jul
Kolovoz - Avgust
Rujan - Septembar
Listopad - Oktobar
Studeni - Novembar
Prosinac - Decembar
 
Como se pode ver, para um português os nomes dos meses em sérvio são mais fáceis de decorar. No entanto, na Croácia o mais comum é as pessoas chamarem os meses pelo seu número no calendário que propriamente pelo nome próprio.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Reacções à libertação dos generais croatas

Há pouco mais de uma semana atrás foram libertados dois generais croatas que haviam sido condenados em Haia por crimes de guerra cometidos contra sérvios durante a guerra de 1991-1995 na Croácia.
As reacções na Sérvia não foram muito explosivas mas é geral um sentimento de injustiça e de falta de imparcialidade por parte do mesmo tribunal. O governo anterior fez um esforço para prender os sérvios acusados de crimes de guerra tanto na Bósnia-Herzegovina como na Croácia de modo a mostrar boa vontade numa aproximação à União Europeia. Estas libertações aconteceram pouco depois de os sérvios terem votado para o governo num candidato que teve um discurso crítico em relação às detenções dos procurados pelo tribunal de Haia, e os sérvios não acreditam que tenha sido apenas uma coincidência.
Entre os donos do hostel onde me encontro a viver e a trabalhar as opiniões são ambas de condenação da libertação destes dois generais, pese embora não expressem as mesmas com a mesma emotividade. Tratam-se de dois irmãos de origem montenegrina mas que se consideram sérvios e enquanto o mais velho se sente revoltado pelo sucedido, e até tirou do seu grupo de amigos no Facebook uma croata que escreveu um comentário de regozijo pelo sucedido, o mais novo diz que não o surpreende que tal tenha sucedido e afirma ser esta uma forma de fazer dos sérvios os únicos responsáveis pelo sucedido nas guerras da Ex-Joguslávia.

O povo sérvio II

Já tinha feito um artigo acerca do povo sérvio aquando da minha primeira visita à Sérvia e à Republika Srpska na Bósnia-Herzegovina (há 11 meses atrás) no qual elogiei bastante a hospitalidade do mesmo. Agora faço um outro artigo acerca do mesmo povo mas a partir da visão dos proprietários do hostel onde me encontro a trabalhar e a viver (ambos sérvios).
Então aí vai: eles não gostam de todo dos seus compatriotas. Uma das indicações que já me foram dadas foi a de sempre que baterem à porta sérvios a perguntarem se há camas disponíveis a resposta a dar ser a de que o hostel está cheio e não há mais nada disponível. Pelo que me foi dito pelos mesmos, sempre que vêm sérvios ao hostel há problemas. Outra afirmação que fazem em relação aos seus compatriotas é a da falta de inteligência dos mesmos e não é incomum afirmarem ser esta a causa do estado em que o país está desde que há mais de 30 anos atrás morreu o Marechal Tito.

domingo, 25 de novembro de 2012

Em Timisoara, Roménia

Tendo todas as camas do hostel onde trabalho e vivo alugadas para 3 noites seguidas só me sobrou a mim e ao meu colega bósnio a opção de dormir nessas 3 noites seguidas nos sofás da recepção. Não me achando capaz de tal coisa por 3 noites seguidas, decidi passar 2 dessas noites na cidade romena de Timisoara.
Depois de uma viagem que começou às 4:30 da manhã e feita numa carrinha de uma agência de viagem que faz percursos entre Belgrado e Timisoara em ambas as direcções (a linha de comboio entre Belgrado e Bucareste que passa por Timisoara está encerrada e não há boas alternativas por transportes públicos), dirigi-me ao Hostel Costel por ter no hostel onde trabalho flyers promocionais com desconto para esse mesmo hostel. O hostel estava completamente cheio mas reencaminharam-me para o Freeborn Hostel prometendo-me o dono do primeiro hostel que se fosse dormir na noite seguinte no Hostel Costel não pagaria nada pelo facto de trabalhar também num hostel.
A noite no Freeborn Hostel foi passada a fazer jogos de beber com cerveja e shots de palinca (uma bebida alcoólica bem forte) de uma garrafa produzida pelo pai do dono do hostel.  
A noite no Hostel Costel começou comigo a ser convidado por um grupo de suíço a um jantar de fondue. Cumprindo aquilo que esses mesmos suíços disseram ser uma tradição deles, os cozinheiros cozinharam completamente nus apenas com o avental a tapar. Depois de um jantar de fondue foi altura de ir a um bar onde ia haver um concerto de uma banda qualquer. Depois de pagar a entrada, reparei que não tinha mais lei romenos na minha carteira. Perguntaram-me se queria consumir alguma coisa, ao que tive de responder que não podia porque não tinha mais lei (moeda romena) comigo para pagar as bebidas. Passado um bocado aparece-me uma cerveja na mão (de nome Silva) oferecida por uma outra pessoa do grupo que veio connosco e ao tentar-lhe reembolsar o valor da mesma em euros responde-me que não quer ser reembolsado. Passados alguns minutos recebo uma outra cerveja (também de nome Silva) na mão sem ter pedido nada e ao tentar reembolsar mais uma vez em euros recebo uma recusa acompanhada por um estalo na cara por parte de uma rapariga romena (e não cigana) seguido pela seguinte afirmação: "Se um romeno te quer oferecer alguma coisa nunca lhe tentes pagar ou recusar a oferta". E assim continuou a noite... e já agora, não tentei reembolsar mais ninguém pelas cervejas que me iam oferecendo.
Já agora, a palavra romena para laranja é "portocale".

 

O hábito das apostas entre os ex-joguslavos

Uma característica em comum que encontrei nos croatas e nos sérvios é o hábito de apostar, principalmente quando o objecto dessas mesmas apostas são os jogos de futebol. Este hábito parece não escolher idades, habilitações literárias ou camada social.
 

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Curiosidades acerca da língua sérvia I

É normal em muitas línguas eslavas os nomes serem declinados consoante os casos. Assim Rui no caso nominativo será sempre Rui mas noutros casos poderá ser declinado para Ruia, Ruiem ou Ruiu (como acontece no croata). Os sérvios vão mais além e um nome estrangeiro ao ser escrito nas legendas de um filme, por exemplo, tem toda a ortografia convertida para as regras da ortografia latina da língua sérvia (que inicialmente tinha apenas ortografia cirílica) como por exemplo Harry passar a Heri (caso nominativo) ou Jerry passar a Djeri.

Sérvio e croata ou serbo-croata? III

Considere-se ou não que o sérvio e o croata são dialectos de uma mesma língua, a verdade é que por vezes os falantes de cada um dos lados da fronteira usam palavras diferentes para a mesma coisa. Um exemplo disso é a palavra para pão que em croata é "kruh" enquanto em sérvio é "hleb".

domingo, 18 de novembro de 2012

"Palacinka"

É nada mais nada menos que um crepe. O nome sérvio pronuncia-se "Palatchinka". O crepe é sempre servido enrolado e o recheio interior do mesmo pode ser feito com "marmelada" (que nada tem a ver com aquilo a que os portugueses chamam de marmelada mas antes é mais algo tipo doce de fruta), como é o caso na fotografia abaixo, chocolate ou recheios salgados.

 

Culinária para desenrascar XVI

O que fazer quando se tem disponíveis ovos, cebola, alho francês, batatas e algum arroz para além de cerveja que ninguém quer? Fritam-se as batatas em rodelas e coze-se o arroz em cerveja juntando depois rodelas de cebola e alho francês. Depois mete-se tudo isso numa sertã e batem-se 3 ovos que depois de batidos são deitados na sertã. O resultado é uma mixórdia mas das boas.

 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Sérvio e croata ou serbo-croata? II

No dia em que cheguei ao hostel no qual trabalho (mas não muito) desejei bom apetite a um dos donos do mesmo através da expressão "Dobar tek". A pessoa em causa não levou o uso da mesma a mal e até me agradeceu pela mesma mas informou-me de seguida que esta expressão é comum na Croácia e partes da Bósnia-Herzegovina mas a mesma não é utilizada pelos sérvios que dizem neste caso "Prijatno".

Colorir o cinzento

Belgrado é conhecida por ser uma cidade algo cinzenta, não por causa dos seus habitantes mas antes pela sujidade e falta de pintura da grande maioria dos seus edifícios. No entanto, algumas pessoas têm ideias para colorir um pouco mais os edifícios como se poderá ver na imagem seguinte.

 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Um casamento na Sérvia

É bem possível que nem todas as famílias sérvias tenham dinheiro para fazer casamentos destes mas não acredito que em muitos sítios se chamem filarmónicas (que neste caso parece que vieram do Líbano) para tais eventos, como se pode ver na seguinte fotografia tirada numa igreja perto do hostel onde trabalho.


 

Culinária para desenrascar XV

O que fazer quando nas prateleiras do armário só se tem arroz e cenoura, e no frigorífico se tem polpa de tomate e um pimento vermelho? Faz-se o que se pode ver na fotografia.

 

domingo, 11 de novembro de 2012

O tema União Europeia

Das antigas repúblicas da Jugoslávia, uma é parte da União Europeia desde 2004 (Eslovénia), outra será parte da mesma em 2013 (Croácia) e outra tem o estatuto de país-candidato (Macedónia).
O governo anterior da Sérvia fez esforços no sentido de uma aproximação à UE com vista a uma possível futura adesão (uma das condições foi a prisão de todos os sérvios acusados de prática de crimes de guerra durante as guerras na Ex-Jugoslávia e a mesma foi cumprida). No entanto, entre a população da Sérvia a ideia de aderir no futuro à União Europeia está longe de ser popular como se poderá constar não só no que dizem os cidadãos no seu dia-a-dia mas também através de outras formas de expressão como a visível na seguinte fotografia.

 

"Krempita"

"Krempita" é um pastel bastante popular pela Sérvia. Costuma ser feito num tabuleiro rectangular e depois é vendido às fatias quadrangulares. À primeira vista parece aquele pastel ao qual em Portugal se chama de "Russo" mas é bastante diferente. A parte folhada (tanto por cima como por baixo) é bastante fina. A parte central assemelhava na sua textura mais à textura das mousses que se compram já feitas e empacotadas nos supermercados.
 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O tema NATO

Os bombardeamentos da NATO em 1999 e a guerra na Ex-Jugoslávia não são assuntos sobre os quais os sérvios gostem de falar. No entanto, enquanto a relação do povo sérvio com os antigos compatriotas (e vice-versa) se tem normalizado e no geral os sérvios recebam bem as pessoas vindas das outras antigas repúblicas jugoslavas (como tenho visto acontecer no hostel onde estou), em relação à NATO a aversão continua, como se poderá ver numa das fotografias abaixo colocadas onde o "N" de NATO tem uma feição algo "suástica". A outra fotografia é de um edifício bombardeado pela NATO e ainda por reabilitar em pleno centro de Belgrado.



 

Pita

Uma das coisas que caracteriza a pastelaria na Península Balcânica é a massa folhada. "Pita" é um pastel feito com esse tipo de massa em forma de cano. O recheio interior pode ser de vários sabores sendo o da fotografia feito de cereja.

 

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Culinária para desenrascar XIV

O que fazer quando se trabalha num hostel e a única coisa que se tem são batatas, couve-flor, cebola e cenoura. Frita-se tudo junto!

 

O segundo vídeo sobre a minha experiência no SVE

Finalmente completei o vídeo que comecei a fazer sobre a minha experiência no SVE depois de ter chegado a casa a 7 de Setembro (e já lá vão quase 2 meses). Desisti de esperar pelas fotografias que alguém me ficou de enviar para acrescentar no vídeo. Este é o segundo vídeo sobre esta minha experiência. Foi já colocado no Youtube.


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Visita a Vukovar

Sendo a cidade croata de Vukovar fronteira à Sérvia (o rio Danúbio é a fronteira) aproveitei o facto para ir e voltar a partir de Belgrado. Foi esta uma cidade particularmente martirizada pela guerra da independência (ou "Guerra Patriótica" como chamam os croatas) tendo sido perdida para os sérvios em 1991 (pouco depois da proclamação da independência) e feito parte da "Republika Srpska Krajina" (um estado formado pelos sérvios no território da antiga república jugoslava  da Croácia após a proclamação da independência croata e que durou até 1995). Depois de a Eslavónia Oriental ter ficado fisicamente separada do resto da "Republika Srpska Krajina" e a mesma ter acabado em 1995, depois de uma operação militar comandada por Gotovina (actualmente preso em Haia por crimes de guerra), esta parte da Croácia veio a ser restituída aos croatas em 1998.
Ficam as fotografias tiradas por mim neste link: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=601059&page=18 .

A "baklava"

"Baklava" é um doce trazido pelos otomanos para a Península Balcânica. A sua superfície é folhosa e pode ter formas diversas (rolo, fatia retangular, fatia triangular, etc). É bastante doce (principalmente o molho que é tipo o molho das rabanadas mas muito mais pegajoso) e nalgumas versões têm algum acrescento (como pedaços de amêndoas, por exemplo). Havia em Buje um café onde se vendia baklava mas na Croácia não é tão popular como o é na Sérvia (existem lojas dedicadas).
 
 

 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Culinária para desenrascar XIII

O que fazer quando se trabalha num hostel e os ingredientes disponibilizados ao pessoal são os seguintes: arroz, pimentos vermelhos, cenoura, couve-flôr e cebola?
Coze-se o arroz com esses mesmos ingredientes.

 

Um regresso à Ex-Jugoslávia

Passado pouco mais de um mês desde o regresso a casa depois do final do SVE na Croácia eis que decidi partir para Belgrado para trabalhar num hostel. Claro que será algo apenas temporário já que tenho em vista um outro projecto num outro país mais longínquo.
A viagem desde Budapeste (cidade onde aterrei vindo de Lisboa) até Belgrado fez-se de noite por comboio. O comboio era por cabines e uns outros passageiros de nacionalidade húngara que vinham dentro da mesma cabine trataram de me presentear com vodka e cerveja (produtos para os quais existem limitações aduaneiras fora do Espaço Schengen) mesmo sendo impossível a comunicação entre nós (apenas falavam húngaro e um pouco de sérvio). Pouco depois todos adormecemos dentro da cabine, tendo sido os sonos interrompidos pelos guardas fronteiriços tanto húngaros quanto sérvios.
A chegada a Belgrado deu-se com o Sol ainda por se levantar e o hostel foi fácil de encontrar pois já tinha estado em Belgrado antes e tinha por isso já uma certa noção do local.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Festa de despedida de Buje

Depois de mais de um mês lá consegui reunir fotografias em quantidade suficiente para dar uma ideia daquilo que foi a minha festa de despedida de Buje.
Mas não se pense que todas as pessoas presentes na festa eram minhas conhecidas. Afinal de contas eu fiz uma festa em conjunto com a festa de aniversário da ZiiD, uma associação que promove actividades para os jovens de Buje e não só.
 















 

domingo, 16 de setembro de 2012

Eurolines France: um serviço de merda

Post escrito por mim no endereço http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1547321 a propósito da Eurolines francesa. Escrevi-o em inglês por se tratar de um forum francês e é um pouco longo para o andar a traduzir para este blog. 

"First of all I want to say I'm sorry for not be able to write this post in French. "Je parle seulement un petit peut de français".
This post is not intentioned to have something against France or French people but just to have something against Eurolines France.
Finishing a voluntary project (EVS) in Croatia I decided to get back home by bus to Portugal. I decided to not do all the trip at once so I decided to stay two nights in Padova (Italy) and two nights in Bordeaux. I got the trips through the Eurolines France's website from Padova to Bordeaux for 119€ and from Bordeaux to Coimbra (Portugal) for 24€.
To go from Padova to Bordeaux I booked the ticket and waited to receive a e-mail from them with the ticket. After two days that e-mail was not received so I sent an e-mail to Eurolines France asking for the ticket and giving all the details about my reservation. I never got an answer. I decided then to send an e-mail to Eurolines Italia exposing the problem and fortunately I got an answer one day later by e-mail received on that way my ticket. When I looked at the ticket I saw that the ticket was printed by Eurolines Italia and the conditions about the luggage were different from the ones which I saw on Eurolines France's website (1 piece of luggage allowed instead of 2) and with which ones I agreed on the booking time. Other difference was the fact that on Eurolines France's website I was not informed that I would need to change the bus in Paris, while that information was in the ticket printed. Anyway, on that moment for me the most important was to have finally the ticket.
The trip from Padova to Paris was OK (the drivers were Spanish and they didn't give a shit about the quantity of luggage so I could bring 2 pieces without problems). In Paris I went to do the check-in for the trip to Bordeaux and I found that the bus to get to Bordeaux was changed to another one two hours later than the one which I had to take on the ticket. I asked on the desk why they did that I get a very rude answer from the lady there telling me that this is the bus for the connections. At 12:30 (the time on the ticket to get the bus from Paris to Bordeaux) I saw that there was a bus departing to Bordeaux but I had to take another one at 14:30 without have been asked by them if it would be OK for me to change or if it would cause some disturb to me. When I got in Bordeaux it was already at night (I never was in Bordeaux before and didn't know the way from the bus stop to the hotel).
Two days later it was time to get the bus from Bordeaux to Coimbra. Three hours before the time supposed to take the bus, I received by e-mail a message saying that I would have to go to the Euroline's office in Bordeaux to do the check-in from that moment because the bus would depart from Bordeaux one hour before the predicted. I went to the Eurolines office and it was closed. I exposed (together with other people who were in the bus stop) the situation about the check-in to the driver (a Portugueseman) and everything was OK.
Now, the problems about all this:
- Why do they think that they have the right to change the connection's bus departure without asking the passenger if it would be OK? And if I really needed to get the bus at 12:30 to arrive to Bordeaux on time to take another transport (bus, train or airplane)? And if the hotel's check-in (already booked) in Bordeaux was already closed when arriving in Bordeaux? Would I have to sleep in the street?
- And if I was not on the internet when they sent me the e-mail to get early to the check-in in Bordeaux? I am not oblied to be always on the internet. Would they give me another ticket if I missed the bus because they changed the departure's time?"

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O fim de uma vida diferente

Depois de quase uma semana desde que pisei o pavimento da estação rodoviária de Coimbra lá me deu vontade para escrever este post. Não é fácil. As saudades dos amigos que se fizeram a milhares de quilómetros de distância já são grandes. Ainda há duas semanas atrás ouvia os agradecimentos das pessoas a quem ensinei (ou tentei fazê-lo) português, as despedidas das pessoas que comigo privaram no local de trabalho, recebia prendas que seriam para recordar a minha presença por lá (uma delas tive de dizer educadamente que não poderia levar por não mais espaço nenhum na bagagem para a mesma e até tive de deixar algumas coisas prometendo fazer uma visita num futuro não muito longínquo).
O projecto que eu acabei não se pode dizer que tenha sido excelente e tudo tenha sido um mar de rosas e facilidades. O estado croata é bastante ineficiente a tratar de burocracia, os serviços por lá são de baixa qualidade (principalmente os transportes), os istrianos (não me referi aos croatas como um todo em relação a isto) não são as pessoas mais hospitaleiras e sociáveis do mundo quando comparados com os balcânicos (embora o sejam mais que os seus vizinhos da Eslovénia ou do Norte de Itália). Nem sempre houve apoio da parte da organização de acolhimento. Dentro da casa onde vivia não havia grande socialização e diálogo entre os voluntários devido a atritos cuja origem é anterior à minha chegada.
Mas por outro lado, vivi um ano sem nenhum dos meus progenitores, conheci pessoas que me fazem sentir já saudades, o meu trabalho na Universidade Popular Aberta era reconhecido (o que raramente me aconteceu em Portugal). As pessoas que da comunidade que me envolvia procuravam saber bastantes coisas acerca de onde eu vim e se no local de onde vim a coisa x ou y se faziam como lá.
Retornado a casa (custa-me dizer que retornei a casa preferindo eu dizer que retornei ao local de onde vim), sou mais um jovem licenciado no desemprego com futuro incerto, desmotivado pelas constantes más notícias acerca das finanças da República Portuguesa, a ter de viver com a mãe não por o desejar mas por não ter outra forma de ser.
Enfim, não quero escrever mais sobre isto.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Fotografias de locais visitados IV

Findo o projecto, lá foi altura de voltar para casa ao fim de um ano. Decidi ir de camioneta em vez de ir de avião devido à quantidade de bagagem (mesmo com as coisas que deixei ficar com o meu senhorio) que num aeroporto me daria uma multa de 3 dígitos por excesso de peso. A viagem demoraria algo mais de 2 dias caso tivesse decidido fazê-la toda de uma vez mas acabei por decidi dormir 2 noites em Pádua e outras 2 noites em Bordéus pelo meio.
Deixo-vos os links com as fotografias por mim tiradas nestas cidades.
 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Coisas de se viver numa localidade pequena III

Apenas é preciso ler o post sobre "As peripécias de obter um registo criminal". Conhecer o carteiro e os funcionários da estação dos correios foi útil.

domingo, 2 de setembro de 2012

Lá como cá: o "factor C"

Leiam o post anterior, não é preciso dizer mais nada.

As peripécias de obter um registo criminal

Estando já a pensar em projectos futuros, e estando de olho num projecto noutro país para o qual me pedem o registo criminal na Croácia com tradução certificada para o inglês, lá fui eu tratar de o obter. Mas por cá parece que ninguém sabe como obter tal coisa. Falei com a minha senhoria que trabalha no tribunal e me disse para lá estar no dia seguinte de manhã e perguntar por ela. Lá o fiz, tendo a mesma me reencaminhado para uma colega que perante a questão me disse para ir à esquadra da polícia, na qual uma hora depois de esperar, e de não sei quantas perguntas acerca do que se trata tal coisa entre colegas a trabalhadores na esquadra, me disseram que não faziam nada disso e que teria de ir ao Ministério da Justiça em Zagreb. De notar que em nenhum dos locais eles pareciam saber o que é um registo criminal nem mesmo quando eu especificava que preciso de um documento onde é constatado que não tive qualquer problema com a polícia.
Lá voltei eu ao tribunal para lhes perguntar onde afinal se trata disso. A senhora da tal secretaria 10 lá me disse que me faria uma carta com o pedido em croata para o enviar depois a Zagreb. Quando me é questionado o motivo porque preciso do documento eu bem que especifiquei que é o mesmo necessário para me candidatar para um programa de voluntariado noutro país chamado "Teach and Learn with Georgia", precisamente na Geórgia. Concluída a carta e depois de me ser fotocopiado o visto, a primeira página do passaporte e a folha com o OIB (o número único dos croatas) me disse a mesma para eu enviar a papelada toda com um selo fiscal de 40kn (cerca de 6 euros) por correio (mais 3,10kn para expedir) para o endereço do Ministério da Justiça acrescentando que em 3 dias estaria o documento em casa.
Duas semanas passaram sem receber nada eu ou os meus senhorios pelo que voltei ao tribunal para perguntar o porquê, depois de ter contado a situação a uma aluna minha de português que me disse conhecer uma juíza desse tribunal e depois de esta mesma aluna ter gasto cerca de 10 minutos de chamada por telemóvel para a mesma (por iniciativa dela) e de no outro lado da linha a tal amiga juíza me ter dito para perguntar por ela na recepção às 8:00 da manhã do dia seguinte. Chegado no tal dia seguinte à tal recepção é-me recusado falar com a pessoa em causa tendo sido dito pela recepcionista que a mesma nada tem a ver com estes assuntos. Sou encaminhado de novo para a secretaria 10, local onde me dão a mesma resposta no que a falar com a juíza diz respeito.
A senhora da tal secretaria 10 depois de telefonar para Zagreb lá me diz que eles precisam de saber o motivo porque preciso do tal documento. Lá me enervei ao dizer-lhes que isso foi especificado por mim na primeira vez que lá estive tendo a tal me respondido que na carta (escrita por ela) só está escrito que é para procurar emprego, ao que a senhora acrescenta que me está a fazer um favor pois é ilegal fazer este documento a um estrangeiro para alguma coisa no estrangeiro e que só faz o favor por causa da colega dela que é minha senhoria. Eu respondo-lhe então que se isto é ilegal me deveriam ter dito antes de eu gastar dinheiro com papeladas e envio de correspondência, de modo a informar os georgianos acerca disso e ver a resposta deles.
A mulher lá me disse que lhes enviaria por fax o motivo do pedido. Assim que chega a altura de meter o nome do país vem o "só visto poque contado ninguém acredita". É-me perguntado pela senhora em que região fica a cidade da Geórgia, ao que lhe digo (incrédulo com a pergunta) que a Geórgia é um país. Lá vai a mulher pesquisar no Google acerca de tal país quando no primeiro clique abre uma página sobre o estado da Geórgia nos EUA e perguntando se se trata desse país. Respondo-lhe então que a Geórgia da qual lhe falo é um estado independente que fazia parte da União Soviética. Lá foi a mulher pesquisar outra vez no Google e finalmente lá se deu com o país, tendo-me perguntado pelo nome da cadeia montanhosa no norte do país, ao que lhe respondo que se tratam do Caucaso. A senhora vê o nome croata "Kavkaz" para essa cordilheira e decide escrever que o país se trata da "Georgia Kavkaz" tendo eu feito ver à mulher o quanto não tem sentido acrescentar o nome dessa cordilheira ao nome do país pois seria como chamar ao país dela de "Croácia Balcãs". É então que um colega sugere que se meta "Georgia, Rusija" ao que lhe respondo, cada vez mais incrédulo, que isso seria como escrever que o país deles é a "Croácia, Sérvia". De notar que em nenhuma das sugestões o nome da Geórgia era escrito em croata ("Gruzija").
Depois de finalmente se terem decidido a chamar o país pelo seu nome em croata é-me dito pela senhora para ir um pouco para fora da secretaria que seria chamado depois de novo. Passados uns minutos lá me vem a senhora dizer que já enviou o tal fax para Zagreb e que o tal documento será feito naquele dia e chegará ao meu correio no dia seguinte.   
No dia seguinte, nada. Dois dias depois lá me chega a casa, depois das 16:00, um papel amarelo dos correios com a mensagem de ter de ir a partir das 17:00 daquele dia à estação dos correios levantar uma carta que ficaria nos correios até ao fim do dia seguinte. Como não me encontrava nesse momento em casa, fui na manhã seguinte aos correios. Tratava-se de facto de uma carta do Ministério da Justiça mas assim que a abro vejo que o texto na folha enviada é bastante curto e desconfiando de não se tratar do que esperava lá uso o Google Translate para o traduzir para o português, o qual mesmo traduzido com erros deu para perceber que me perguntavam pela terceira vez acerca do motivo porque preciso do documento. Para tirar qualquer dúvida dirijo-me a uma minha amiga (croata) para o traduzir para inglês. A tradução para inglês era realmente não muito divergente da tradução para português dada pelo Google Translate. Lá me enervei e disse a essa pessoa que ia fazer uma digitalização do papel e relatar o atrofio burocrático em todos os sítios da internet possíveis com a afirmação de ser a Croácia um país do Terceiro Mundo.
Lá me dizem para me acalmar e falar com o presidente da Câmara. Eu relato-lhe a situação e acrescento que, mesmo que receba o documento antes de partir de novo para casa, dificilmente poderei obter a tradução para inglês certificada necessária. O presidente da Câmara pode então à secretária para telefonar para o Ministério da Justiça em Zagreb que depois de uma espera de alguns minutos é informada de que a carta com o certificado foi enviada no dia anterior (o mesmo em que recebi o tal papel amarelo para levantar nos correios a terceira questão relativa ao motivo) e lhe informam que o papel a informar da necessidade de explicar o motivo foi enviado por já estar para o ser há algum tempo (mas mesmo assim foi enviado já depois de a tal senhora da secretaria 10 ter enviado por fax o motivo da necessidade do mesmo documento, o que significa que só foram fazer perder tempo a eles e a mim não mandando logo o tal documento). A secretária do presidente da Câmara lá pede a eles para enviarem uma cópia por fax de forma a adiantar a tradução. Lá o fizeram, tendo depois a mesma secretária telefonado para uma tradutora certificada para o inglês a viver em Plovanija, uma localidade onde há uma fronteira com a Eslovénia, de modo a ser feita a tradução. A tradutora respondeu que a poderia adiantar mas só a poderia entregar mediante apresentação do original.
Na manhã do dia seguinte lá fui eu à estação de correios perguntar se havia lá alguma carta com o meu nome. Perante a resposta negativa à questão colocada pela funcionária sobre se eu tinha o tal papel amarelo para levantar alguma coisa, é-me recusado fazer isso apenas pelo nome. De nada me valeu especificar que se trata de algo que tenho urgência em ter nas mãos. Relato o sucedido na Câmara Municipal e lá arranjam alguém para ir à estação dos correios tentar o mesmo. Coisas de terra onde todos conhecem todos, à tal senhora que para lá foi mandada pelo presidente da Câmara foi-lhe disponibilizada a informação que uma carta foi enviada para o meu endereço uns minutos antes. Recebida a informação por mim, lá fui eu andar 15 minutos até casa para bater à porta do meu senhorio a perguntar se havia alguma carta para mim. O senhorio lá tinha sido contactado previamente pela Câmara Municipal acerca disso e já a tinha de facto recebido. Finalmente com o documento em mãos, dirijo-me de novo ao edifício da Câmara Municipal onde é mandada uma senhora conduzir o carro da Câmara Municipal para me levar até à tradutora e finalmente ter tudo o que precisava tratado.
 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Lá diferente de cá: pedir um registo criminal

Portugal é um país estupidamente burocrático mas felizmente algumas coisas não funcionam tão mal como é o caso de quando se pede um registo criminal na Loja do Cidadão, pese embora ache estúpido perguntarem o porquê da emissão do registo e pedirem dinheiro pelo mesmo.
Estando já a pensar em projectos futuros, e estando de olho num projecto noutro país para o qual me pedem o registo criminal na Croácia com tradução certificada para o inglês, lá fui eu tratar de o obter. Mas por cá parece que ninguém sabe como obter tal coisa. Falei com a minha senhoria que trabalha no tribunal e me disse para lá estar no dia seguinte de manhã e perguntar por ela. Lá o fiz, tendo a mesma me reencaminhado para uma colega que perante a questão me disse para ir à esquadra da polícia, na qual uma hora depois de esperar me disseram que não faziam nada disso e que teria de ir ao Ministério da Justiça em Zagreb. De notar que em nenhum dos locais eles pareciam saber o que é um registo criminal nem mesmo quando eu especificava que preciso de um documento onde é constatado que não tive qualquer problema com a polícia. O pesadelo burocrático seguir-se-à em próximos artigos.
 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Tentativa de cozinhar receitas típicas XVIII

Arroz doce feito para a minha festa de despedida que estou a organizar. Exagerei um pouco na quantidade de arroz e eu que apenas pretendia encher uma cuba plástica acabei por encher mais uma taça e ainda meter alguma coisa num pequeno tacho que por vezes serviu de forma para bolos.
As fotografias foram tiradas apenas depois de colocado o arroz doce do tacho para os recipientes.





 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Coisas de se viver numa localidade pequena II

Há uns tempos atrás mandou a minha mãe por correio uma caixa com alguns produtos. Passadas 3 semanas comecei a estranhar o facto de a mesma não me ter ainda chegado e entretanto um envelope almofadado enviado posteriormente ter já chegado.
É então que um dia recebo no Facebook uma mensagem da filha do meu senhorio a dizer que dos correios lhe telefonaram para casa a informar que havia uma encomenda com o endereço deles a ser devolvida dentro de 3 horas caso não fosse levantada. Nos correios conhecem os utentes e telefonam para os mesmos nestes casos.
Agora, o que dizer da situação da encomenda em si. De certeza que nunca saiu da estação dos correios pois tenho sempre recebido as mesmas na porta de casa quer esteja ou não na mesma. Algum carteiro preguiçoso não fez o serviço e ainda tive de ir à estação levantar a encomenda dentro daquele horário senão seria devolvida ao remetente. E se eu não estivesse em Buje naquele momento?

domingo, 26 de agosto de 2012

Temporal

Fotografias do temporal de 26 de Agosto por cá. De notar que esta escuridão do céu aconteceu às 17:00 de um dia no mês de Agosto. Os ventos eram ciclónicos. Embora tenha começado a chover na manhã desse mesmo dia, com trovoada, a precipitação foi várias vezes interrompida. Cheguei a pensar às 16:00 que já tivesse chovido tudo o que havia para chover depois de uma ausência de precipitação por cerca de 2 horas. Mas às 16:30 o pior anunciava-se e foram depois 2 horas a ter pena de quem estava na rua.






 

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O vício do café entre os balcânicos

Pela Península Balcânica o consumo de café é algo elevado, principalmente no Sul. No caso da Croácia, o mais popular é beber o "espresso" ou o cappucino mas o consumo não é tão elevado. Na Bósnia, Macedónia e Sérvia o mais popular é o café que uns chamam turco, outros sérvio e outros bósnio.
Quando estive no hostel em Nis a dona do mesmo (e recepcionista) disse ter de beber muito café por ter a tensão baixa, ao que eu lhe respondi que parece que nos Balcãs toda a gente sofre de tensão baixa.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Coisas de se viver numa localidade pequena I

Ter umas calças com rasgos entre as pernas pode ser normal para uma pessoa que transpire consideravelmente. Muitas vezes um ponto aqui e ali resolve a questão por algum tempo. Depois de não sei quantos pontos "aqui e ali" a solução inevitável acaba muitas vezes por ser comprar um par de calças novas.
No entanto, esta última solução é difícil numa localidade que nem uma loja de roupa com artigos para o sexo masculino tem (e para o sexo feminino as alternativas não são muitas). Fiquei há uns tempos a saber da existência de uma casa no centro histórico onde se costura vestuário rasgado e os resultados são quase imperceptíveis a olho nú. Foi a solução para 2 pares de calças que tenho por cá.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Na Bulgária

Algo sobre o qual já estava informado antes de entrar nesse país é o facto de os acenos de cabeça para exprimir afirmação ou negação são o oposto daquilo que acontece em Portugal, Croácia e muitos outros países no mundo. Para exprimirem um "sim" corporalmente os búlgaros viram a cabeça para os lados (tal como nós fazemos para exprimir corporalmente um "não") enquanto que para exprimirem um "não" os búlgaros abanam a cabeça para cima e para baixo (ta como nós fazemos para o "sim"). No entanto, isto acontece mais com as pessoas mais velhas que com os jovens.

domingo, 19 de agosto de 2012

Ecopontos em Buje

Agradável surpresa aquando da minha chegada a Buje vindo de uma semana em Portugal. Começou a separação de lixos por estes lados e não foi necessária qualquer obra para fazer os espaços para os ecopontos. Bastou meter nos contentores já existentes os autocolantes a identificarem o tipo de lixo a meter nos respectivos e pintar a parte superior com a côr correspondente ao tipo de lixo.


Uma ida e volta a Portugal numa carrinha

Estava eu ainda a recuperar da viagem feita pela Península Balcânica quando 3 dias depois de ter chegado a Buje parto para ir com uma equipa de pescadores desportivos croatas com deficiências a Portugal e voltar à Croácia na semana seguinte.
Cerca de um mês antes tinha-se dado a coincidência de haver um responsável de uma associação de pescadores desportivos a viver em Buje a preparar-se para uma ida a Coimbra para um campeonato a acontecer em Agosto. Essa pessoa é um conhecido de uma pessoa da Universidade Popular Aberta de Buje que lhe disse para falar comigo de forma a o ajudar a encontrar um hotel (o homem tinha já telefonado para um hotel em italiano a pensar que do outro lado da linha o iriam perceber, sem sucesso). Depois de o ter ajudado com a reserva do hotel pedi-lhe para ir e vir com eles de forma a aproveitar para deixar já algumas roupas (de Inverno) que tenho por cá em casa. A resposta que tive foi positiva e a pessoa em causa afirmou já ter falado da possibilidade de me levar aos outros associados com o objectivo de os ajudar com a comunicação e orientação pelas estradas.
Cada uma das viagem levou dois dias em duas carrinhas. As dormidas fizeram-se em áreas de serviço em França (onde vi coisas que foram novidades como recipientes de after-shave nas casas-de-banho junto aos secadores de mãos e máquinas de venda de batatas fritas).
Seguem-se imagens da viagem de volta à Croácia.