A língua italiana pode não parecer difícil de aprender devido à imensa quantidade de palavras semelhantes ou mesmo iguais às correspondentes em português. Há no entanto características da língua italiana que podem dificultar a aprendizagem desta língua para quem seja um falante nativo de uma língua românica.
Nas línguas românicas que conheço (português, galego, castelhano e francês), o plural é feito através do acrescento do "s" à palavra no singular, havendo no entanto casos em que mais algumas letras poderão ter de ser acrescentadas antes do "s", como por exemplo "canal" e canais" ou o plural das palavras portuguesas acabadas em "ão" e cujo plural se faz em "ões" ou "ães". Na língua italiana acontece o plural depender bastante da forma como termina a palavra no singular e usam-se vogais para a terminação no plural. Assim sendo, palavras femininas acabadas em "a" deverão ter o seu plural a acabar em "e" assim como palavras masculinas acabadas em "o" deverão ter o seu plural a terminar em "i", e daí a razão de o italiano ter tantas palavras acabadas em "i". Nada de estranho para quem já tenha a noção de que no latim o plural de "um" se fazia a terminar em "a". Uma leitura que uma vez fiz da mensagem de um maço de tabaco em romeno leva-me a crer que na língua romena as coisas são semelhantes ao italiano.
Para complicar as coisas, quando o singular de uma palavra masculina termina em "go" o plural é suposto ser feito com a terminação "ghi", assim como quando o singular de uma palavra feminina termina em "ga" o plural se faz com a terminação em "ghe".
No entanto, mesmo para quem consiga reter esta lógica, há um problema: o italiano é pródigo em excepções à regra e o caso do plural é disso um bom exemplo.
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