sábado, 4 de agosto de 2012

Uma volta pela Península Balcânica

Tendo já dois dos meus colegas voluntários pelo SVE acabado os seus projectos e havendo uma ausente por tempo indeterminado, decidi dar um outro passeio pela Península Balcânica (evito dizer Balcãs pelo facto de este ser o nome de uma cordilheira que apenas ocupa parte da península).
Ainda antes de sair do território croata permaneci duas noites na cidade de Zadar, a partir da qual fui numa excursão ao Nacionalni Park Plitvicka Jezera. Rumei depois à cidade de Mostar, na Bósnia-Herzegovina (mais propriamente na Herzegovina) à qual cheguei quase duas horas depois do previsto devido a uma avaria da camioneta pouco depois de passar a fronteira (cujas infra-estruturas no lado da Bósnia-Herzegovina se limitavam a um pré-fabricado e uma cabine onde a porta estava quase bloqueada por um sinal de trânsito). Durante a estadia em Mostar fui numa excursão a vários locais na Herzegovina.
Rumo a Sarajevo numa viagem sem qualquer incidente. Na ida desde a estação rodoviária central de Sarajevo até ao hostel onde tinha a reserva feita (e com a bagagem) sou abordado na rua por uma gaja de mini-saia a oferecer-se para me arranjar alojamento. Situação muito estranha pelo facto de a ter visto apenas abordar pessoas com bagagem e do sexo masculino além de ter visto que havia a alguns metros um gajo a verificar todos os movimentos dela (provalvelmente o gajo que assim que um turista é convencido pelo "canto da Sereia" o vai assaltar). Tratei apenas de dizer que já tinha uma reserva feita e continuei a andar. De notar que embora 70% da população desta cidade seja muçulmana foi na mesma que eu vi as mini-saias (ou será melhor dizer micro-saias) mais curtas de todos os locais por onde já passei.
Para ir de Sarajevo a Nis, na Sérvia, vejo-me a ter de apanhar um autocarro para a estação rodoviária de Lukavica (na parte da cidade integrada na Republika Srpska) pois é a partir desta que partem as camionetas para a Sérvia e para o Montenegro. Foi-me dito que demoraria 20 minutos no autocarro até lá chegar mas demorei 30 minutos.
Em Nis (lê-se "Nish") permaneci uma noite onde gastei os dinares sérvios que me tinham sobrado da viagem que fiz ao norte deste país na altura do Natal. Dia seguinte foi tempo para ir a Sofia onde permaneci três noites e num dos dias fui em mais outra excursão desta vez a um mosteiro ortodoxo, tendo passado por uma gruta imprópria para claustrofóbicos e pessoas com excesso de peso (embora eu me insira neste último tipo de pessoas consegui sair da mesma).
Fui então a Skopje. Na parte búlgara da fronteira os guardas foram contemplados com refeições quentes oferecidas pelo motorista da camioneta e compradas alguns quilómetros antes. Passada a fronteira macedónia fomos numa estrada a precisar de alcatrão novo, de onde entrámos na capital a partir de uma auto-estrada chamada (tal como muitas outras coisas na Macedónia) Alexandre o Grande (estranha auto-estrada que tem acessos para casas vizinhas) que passa junto ao Aeroporto Alexandre o Grande.
O destino seguinte foi Podgorica, capital do Montenegro, cujo trajecto de camioneta foi feito de noite através do Kosovo (ver fotografia em baixo com os carimbos no passaporte que provam que sobrevivi a uma passagem por este território). Para além do receio que o próprio nome Kosovo inspira, tive também algum receio que antes de entrar no Montenegro a camioneta passasse pelo território reconhecido à Sérvia e fosse impedido de entrar no mesmo (a Sérvia não reconhece a independência do Kosovo e como tal a entrada neste território a partir de outros países por não-sérvios é considerada entrada ilegal em território sérvio e já aconteceu a muita gente ser mandada para trás). Fiquei a saber que a camioneta vai directamente do Kosovo para o Montenegro (com uma terra de ninguém de dezenas de quilómetros da fronteira). Chego a Podgorica (antigamente chamada Titogrado) ás 3:00 da manhã e como não tinha qualquer reserva feita para essa noite durmo nuns sofás existentes num jardim à entrada do hostel onde tinha a reserva para a noite seguinte. Acordando ao amanhecer, deixo a bagagem no hostel e dou uma volta pela cidade com umas braçadas no rio Moraca (lê-se "Morátcha") que me iam correndo muito mal devido à corrente do rio e à minha pouca energia para a enfrentar devido a pouco tempo de sono (disse-me o proprietário do hostel que naquele rio morre uma média de 5 pessoas por ano). Dou também uma volta no parque de Gorica onde vejo tartarugas a andarem num ambiente bastante seco (como se pode ver nas fotografias abaixo).
O destino seguinte foi o regresso à Croácia com uma estadia de duas noites em Dubrovnik onde para além de visitar o centro histórico que é património da humanidade dou umas braçadas no mar de águas azuis claras (desta vez nada me correu mal).
O final da viagem deu-se com uma de barco a partir do porto desta cidade até ao porto de Rijeka. A partir de Rijeka apanhei a camioneta para Buje.




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