terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Lá diferente de cá: a reutilização

A Croácia está longe de ser o país mais ecológico do mundo, é certo, mas tem coisas que fazem um português ficar surpreendido pela positiva.
Em Portugal é normal poderem-se trazer garrafas de vidro vazias para o supermercado e assim poupar o dinheiro do vasilhame. Aqui na Croácia pode-se fazer isso com garrafas de vidro mas também com garrafas de plástico e mesmo latas. No caso das garrafas de cerveja em vidro o cliente fica obrigado a comprar pelo menos o mesmo número de cervejas em garrafa de vidro, o que já não acontece com os outros tipos de garrafas. O valor do retorno é de 0,50Kn por item, a saber.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Preparar café turco

Não muito popular na Croácia mas bastante popular na Sérvia (pese embora seja diferente do café bebido na Turquia) é o "café turco". No regresso das minhas voltas pela Sérvia trouxe um saco deste produto. Não posso dizer que prefira este tipo de café aos outros a que estou habituado mas é uma coisa diferente.
Diferente é também o modo de preparação que eu passo a descrever de seguida:
Primeiro enche-se uma caneca a metade com água para colocar depois essa água num púcaro.

Coloca-se o púcaro com a água a aquecer.


Quando a água estiver a ferver colocam-se duas colheres de café no púcaro com o "lume" ligado.

Quando a água começar a fazer bolhas com o café é altura de desligar o "lume" e verter o conteúdo do púcaro sobre a chávena.

Devem-se esperar uns 5 minutos para deixar as borras acumularem no fundo da caneca antes de começar a beber. No final é perfeitamente normal estarem as borras acumuladas no fundo (nesta fotografia não são tão visíveis por misturei o café com leite).

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Recessão económica sem custos sociais

A Croácia encontra-se já no seu terceiro ano consecutivo de recessão económica mas ao contrário do que se passa num certo país no extremo ocidental da Europa, por aqui não parecem estar a haver cortes na assistência social. Em conversa com uma amiga que trabalha num centro para pessoas com deficiência, há uns anos apenas havia um centro destes em toda a região da Ístria, mais precisamente na capital Pula, enquanto neste momento já existe um número considerável (exemplo disso é a existência de um em Buje) e vão abrir até ao final do ano mais dois.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Finalmente o carro prometido!


Tudo bem! É apenas um Peugeot 309 já com 20 anos mas finalmente o conduzi sem que houvesse alguma avaria pouco depois como aconteceu nas outras duas vezes em que o fui buscar ao mecânico.
Embora não venha na ficha do projecto a necessidade de ter um veículo automóvel, desde o início que a nossa supervisora nos vinha prometendo arranjar o carro velho dela de modo a que o possamos utilizar para deslocações, visto que aqui em Buje o serviço de transportes rodoviários é bastante escasso.
De lembrar que para conduzir na Croácia um cidadão da UE não necessita de licença internacional de condução se estiver como turista (até 90 dias). Para permanências mais longas é necessário obter esta licença a qual pode ser concedida no IMTT contra o pagamento de 30€ e apresentação de fotocópias de BI ou cartão de cidadão e carta de condução válidas.

Tentativa de cozinhar receitas típicas VIII


Moelas à Portuguesa.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Tentativa de cozinhar receitas típicas VII


O que fazer quando se convida alguém a ir a casa e esse alguém não bebe a cerveja toda que lhe é dada? Porque não fazer um bolo de cerveja.

O alfabeto círilico I


Uma das coisas que me causou alguma apreensão antes de me decidir a ir passear pela ex-Jugoslávia foi o facto de nalguns países provenientes desta federação o alfabeto oficial ser o cirílico e não o latino ao qual estamos tão habituados. Pessoas houve que me disseram que isso não seria motivo de grande preocupação pois a maioria das coisas está em alfabeto latino nesses países.
Chegado à Republika Srpska da Bósnia-Herzegovina, constato que embora os horários dos autocarros, comboios, camionetas estejam escritos em alfabeto cirílico, a maioria das coisas está escrita com o alfabeto latino. No centro da cidade de Banja Luka as ruas estão escritas nos dois alfabetos, já nos arredores os nomes das ruas apenas estão escritas em alfabeto cirílico.
Calhou-me a mim que a rua do hostel onde fiz a reserva fosse uma dessas com o nomes apenas em alfabeto cirílico, mas já vim eu preparado com um papel onde escrevi as correspondências dos caracteres entre os dois alfabetos e assim, ao fim de ter andado a ler não sei quantas placas toponómicas apenas em cirílico enquanto procurava pelo alojamento acabei por aprender este alfabeto e no segundo dia já conseguia ler pequenas mensagens escritas neste alfabeto.
Nas lojas os nomes dos produtos encontram-se todos escritos com o alfabeto latino, mas os talões geralmente têm o nome da loja e endereço em alfabeto latino seguindo depois texto em alfabeto cirílico.
Já na Sérvia o alfabeto latino é altamente predominante e mesmo os autocarros costumam ter os destinos escritos em alfabeto latino.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Acerca do frio em Buje I


Muitas mensagens, e-mails, etc. tenho eu recebido a perguntarem-me acerca de como estou a aguentar com o frio. A minha resposta tem sido sempre a mesma, o frio por cá não é nada do outro mundo ou que nunca aconteça em Portugal no Inverno. É verdade que as temperaturas médias por cá são um pouco mais baixas que em Coimbra (não digo Portugal porque não quero colocar no mesmo "saco" Trás-Os-Montes e o Algarve tal como não digo Croácia pois não quero colocar no mesmo "saco" a Dalmácia e a Eslavónia) mas também não são nada que faça uma pessoa ver-se à rasca para andar de noite (pese embora seja essa uma das características atribuídas à "Bora" tão falada por cá). Neve vi-a ao vivo em Banja Luka e Ljubljana e posso dizer que quando há neve o frio até é mais fácil de suportar que quando está frio mas não neva.
Mas agora que falo na neve, ela é muito bonita quando a vemos cair a partir da janela de casa mas quando estamos na rua e começamos a levar com flocos nos olhos aí já não achamos muita piada.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A visibilidade de Coimbra no estrangeiro


Fotografia de fraca qualidade (está visto que a minha máquina fotográfica não é boa para curtas distâncias) tirada a um mapa afixado no hostel onde pernoitei em Belgrado. "Koimbra" é o nome dado a Coimbra (que de acordo com a ortografia deles se leria algo como "Tsoimbra").

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Sérvio e croata ou serbo-croata? I


Desde a independência da Croácia que o croata é considerado uma língua e não um dialecto do serbo-croata, como acontecia no tempo da Jugoslávia. O mesmo veio a acontecer com o bósnio e o montenegrino.
No entanto, ambas as línguas são bastante perceptíveis entre si e, enquanto os croatas fazem por mostrarem que é uma língua diferente do sérvio indo buscar termos de origem alemã que haviam caído em desuso desde a criação da Jugoslávia em 1918 ou inventando mesmo designações novas para algo que no tempo da Jugoslávia designavam da mesma forma que os sérvios, os sérvios não hesitam em dizer que o croata e o sérvio se tratam da mesma língua pesem embora as diferenças dialectais (algo que existe dentro das próprias línguas sérvia e croata dando-se por vezes o caso de as particularidades de determinado dialecto de uma das línguas serem familiares aos falantes da outra língua).
Deu-se mesmo o caso de, estando eu numa padaria em Novi Sad, Sérvia, e depois de eu ter afirmado no balcão não falar sérvio mas falar um pouco de croata, o homem ter afirmado num inglês por melhorar serem a mesma língua, tendo pouco depois eu ter sido abordado pela esposa do mesmo senhor, enquanto estava a consumir o pedido sentado numa mesa, a dizer-me em sérvio algo que eu consegui perceber que se tratava de afirmar o que marido me havia já dito no balcão, tendo também afirmado que não faria mal nenhum se eu me dirigisse a eles em croata.
O curioso nesta minha volta pelas terras onde se falou o serbo-croata há não muito tempo é que o país onde até agora pratiquei mais a língua croata foi... a Bósnia-Herzegovina, não só por não haver tanta gente que possa falar em inglês mas também porque nestes lados as pessoas falam mais lentamente, o que me dá mais oportunidades para para perceber o que me é dito e assim desenvolver diálogo (infelizmente ainda não por muito tempo).

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O povo sérvio I

O que dizer deste povo que ficou tão mal afamado com as guerras na Ex-Jugoslávia? Bastante amigável e hospitaleiro!
Encontrava-me em Banja Luka acabado de chegar à estação rodoviária e depois de levantar marcos conversíveis numa caixa ATM dirijo-me a um autocarro e pergunto ao motorista qual o preço do bilhete, ao que o motorista me responde bastante depressa. Vendo depois que eu não tinha percebido, aponta o dedo para uma placa com o preço indicado (1,60KM, cerca de 0,80€). Mostro-lhe uma nota de 50KM e tento-lhe dizer que não tenho mais pequeno. O motorista pede-me para o acompanhar a uma padaria onde trocam o dinheiro por algo mais pequeno, e depois de feito o troco lá fui no autocarro até quase à porta do hostel.
Num café pertença do hostel onde me encontrava a dormir para pagar a estadia no dia em que cheguei a esta cidade. A mãe do dono do hostel diz-me para eu pagar no dia seguinte. Eu insisto em pagar no momento afirmando ter já marcos conversíveis disponíveis. A mulher insiste em que eu pague apenas no dia seguinte. Assim estava eu no dia seguinte no mesmo café para fazer o pagamento. Feito o mesmo, eis que uma pessoa que estava sentada no balcão me pergunta pelo país de origem e a partir daí gerou-se uma conversa de 3 horas na qual fui bebendo algumas cervejas. Esse cliente sai do café e poucos minutos depois sigo-lhe o exemplo, perguntando ao empregado de balcão pela conta e tendo a seguinte resposta: "Qual conta?". Respondo-lhe que é a conta das cervejas que bebi, ao que o empregado me responde que o outro cliente me pagou as cervejas. Deixo ao empregado um recado ao outro cliente para enviar o devido agradecimento.
Mais tarde dirijo-me para um "take-away" de comida grega (o tal onde vi os palitos do Pingo Doce), e tendo iniciado o pedido em croata vejo-me a certa altura com necessidade de falar em inglês, língua que a senhora que estava a fazer o atendimento não dominava. Aparecem então uns clientes do fim da fila para me ajudarem. O mesmo se passou no dia seguinte num outros "take-away", mas desta vez de Cevap.
Noutra cidade, Novi Sad, vejo-me a procurar o hostel onde iria dormir. O alojamento situava-se dentro de um edifício residencial em plena praça principal da cidade. Chegando ao piso onde era o suposto hostel, deparo-me com uma porta com a luz acesa e pensando tratar-se da recepção do hostel abro a porta. Pouco depois de aberta a porta deparo-me com pessoas sentadas no sofá e chego à conclusão de que se trata de uma casa privada. Embaraçado pelo facto de ter entrado assim numa casa privada, peço desculpas não sei quantas vezes e vou-me embora. A senhora que lá estava vem ter comigo no corredor e pergunta-me algo em sérvio, ao que eu lhe respondo se fala inglês. A senhora falava de facto um pouco de inglês, e eu explico-lhe que estava à procura de um hostel naquele piso e mostro-lhe a morada no papel da reserva. A senhora indica-me a porta certa e bate à porta e perante o facto de ninguém responder de dentro, propõe fazer um telefonema ao dono da casa, ao que eu respondo não ser necessário por ter o número dele na reserva e ter crédito no telemóvel. A senhora pergunta-me então se eu não quero ficar na casa deles à espera do dono da casa ao lado, ao que eu respondo não ser necessário deixando o devido agradecimento. Não obtendo resposta da chamada que tentava fazer, a senhora dirige-se ao interior da casa e pouco depois volta da mesma com um telefone fixo portátil estando o vizinho no outro lado da linha. O vizinho diz-me então que estará lá em 45 minutos, e de facto estava lá em... 35 minutos.
Entrado na casa, constato que afinal em vez de ter uma cama para mim tenho um quarto inteiro para mim pelo mesmo preço. Mostrando o dinheiro para fazer o pagamento, o dono da casa diz-me que o posso fazer no fim, mas eu insisto em o fazer no momento. Depois de informações dadas sobre a cidade, sou convidado a sair com ele mais uns amigos para beber uns "copos" e na altura em que vou para pagar as minhas cervejas eis que fico a saber que o aniversariante que se encontrava no grupo me pagou as cervejas todas. No dia seguinte a mesma saída nocturna, mas desta vez fui eu quem pagou cervejas aos outros.
Uma localidade próxima de Novi Sad que o dono da tal casa me aconselhou a visitar foi Sremski Karlovci. Fui então apanhar o autocarro para lá ir e eis que quando chega o autocarro me vejo como que uma almofada no meio de tanta gente junto à porta de entrada, de tal forma que apenas na paragem anterior me vejo a poder usar os braços para fazer o pagamento do bilhete indicando ao motorista que pretendo um bilhete para Karlovci no sérvio possível. A resposta é dada num sérvio nativo que por não o conseguir perceber me faz perguntar ao motorista se o mesmo fala inglês, ao que a resposta foi "small". Explico-lhe então que subi ao autocarro em Novi Sad para ir a Karlovci e pergunto-lhe quando é o bilhete, ao que o motorista me devolve a nota que lhe tinha dado e me responde "OK, no problem" e chegando à paragem de destino me indica o centro da localidade.
Já na cidade de Belgrado sou recebido no hostel onde ia dormir com uma caneca de café turco e um copo de "Slivovica" (lê-se algo como "Slivóvitsa"), uma bebida alcoólica típica destas paragens com elevado grau alcoólico.
Saindo de Belgrado em direcção a Ljubljana, vejo-me com problemas para arranjar bilhete para a camioneta. Não sabendo nenhum dos dois condutores presentes inglês, sou ajudado por um montenegrino (a identidade étnica deste povo está longe de ser consensual entre os próprios montenegrinos, havendo muitos que se consideram etnicamente sérvios) que me informa que no caso de haverem lugares disponíveis ainda na camioneta eu poderei comprar o bilhete a bordo e informando-me dos respectivos valores.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Cedevita


Pronuncia-se algo como "Tsedevita". Esta é uma bebida bastante popular nos países da Ex-Jugoslávia. É nada mais nada menos que pó para se colocar em água e dar um sabor parecido com o dos sumos. É possível ver esta bebida a ser servida em bares (e não é para misturar com vodka como se faz noutros países com os sumos existentes nos bares) e a ser consumida em ocasiões que noutros países estariam as pessoas a beber cerveja.
Na Jugoslávia bebida resultante da dissolução deste pé em água era dada nas escolas como parte da refeição dos alunos.

Uma volta pela Ex-Jugoslávia

Estando próximo de países ortodoxos e já tendo ido a casa uma vez desde que iniciei o meu projecto para o SVE, decidi-me a ter um Natal alternativo por países onde este é comemorado não a 25 de Dezembro mas sim a 7 de Janeiro. Assim sendo, decidi-me a partir no dia 23 de Dezembro rumo à Bósnia-Herzegovina, mais propriamente à Republika Srpska, passando o dia 25 de Dezembro na viagem desde Banja Luka, a capital desde estado federado na Bósnia-Herzegovina, até Novi Sad, a segunda cidade da Sérvia. Depois ainda fui visitar Belgrado e Ljubljana, tendo regressado a casa (Buje, Croácia) no dia 31 de Dezembro.
Coisas positivas que me marcaram nesta viagem foram a hospitalidade do povo sérvio, tanto na Bósnia-Herzegovina como na Sérvia, e o interesse deste mesmo povo em saber coisas acerca de Portugal.
Coisas negativas que eu presenciei foram as condições de higiene em que muitos mercados, feiras e cafés funcionam e o facto de ser muito raro entrar-se num café sem que este cheire a fumo do tabaco e aconteceu-me até na Bósnia-Herzegovina ter sido atendido por uma mulher com o cigarro na mão (a adesão à União Europeia obrigaria a muitas mudanças nestes aspectos).

domingo, 1 de janeiro de 2012

Os ingredientes dos produtos alimentares


Como podem pelo exemplo na fotografia, os ingredientes dos produtos alimentares costumam aparecer descritos em várias línguas mas nenhuma delas costuma ser o inglês. Isto tanto se passa na Croácia como na Sérvia, Bósnia-Herzegovina e Eslovénia.

Portugal onde menos se espera


A qualidade da fotografia não é a melhor mas dá perceber que se tratam de palitos do Pingo Doce. Até aqui nada de mais. O surpreendente é que esta foto foi tirada num "take-away" de fast-food grego em plena cidade de Banja Luka, Bósnia-Herzegovina.