segunda-feira, 30 de abril de 2012

Lá como cá: as "pontes"

Dia 30 de Abril, segunda-feira anterior ao dia 1 de Maio. Poderia ser dia de ir ao local de trabalho. Mas tal como acontece (ou acontecia, não estou bem a par das últimas novidades) em Portugal, por aqui muita gente fez aquilo que é conhecido por tolerância de ponto ou simplesmente "ponte".
De notar que mesmo na função pública a "ponte" não foi para todos: a câmara municipal trabalha, a escola secundária também trabalha, as escolas primárias e o infantário estão fechados.

terça-feira, 24 de abril de 2012

"Em Abril, águas mil" também por cá

Aqui por onde me encontro o Inverno foi menos chuvoso que aquele a que me habituei em Coimbra. Contaram-se pelos dedos de uma mão os dias em que sair de casa foi tarefa dificultada pela precipitação. Vinda a Primavera e o mês de Abril a coisa está bem diferente.
Problema maior: não há máquina de secar roupa e o estendal fica da varanda (não marquisada). A roupa tem de ser enxugada e não se vê maneira como. Não há calças lavadas e secas disponíveis. Solução: visto que tenho mesmo de sair para a rua e a roupa seca que coloque no corpo se tornará imediatamente molhada, visto as calças molhadas pois na rua assim ficarão e cubro o estendal com um plástico.

Tentativa de cozinhar receitas típicas XIV


O que fazer quando se tem 3 iogurtes naturais esquecidos no frigorífico e já com o prazo de validade ultrapassado em alguns dias? E quando se tem metade de uma caixa de morango no mesmo frigorífico já a ficarem com mau aspecto? O sabor dos morangos era já suspeito mas sendo usados juntamente com os iogurtes para cozinhar e colocados num forno a 200ºC que mata toda e qualquer forma de vida (mesmo bacteriológica), dá para fazer dois bolos de iogurtes, um com os pedaços de morango e outro sem. Das fatias que eu e outras pesoas já comeram não veio nenhuma diarreia e deu para evitar o desperdício tanto de iogurte como de morangos.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Tentativa de cozinhar receitas típicas XIII

Sardinhas assadas... mas no forno pois não há como fazer fogo. O peixe aqui pela Croácia é bastante caro (e vejo o mar da varanda de casa) mas consegui encontrar uma promoção jeitosa numa famosa cadeia de supermercados por cá.

domingo, 22 de abril de 2012

Identidade istriana

A Ístria é uma região oficialmente bilingue (pese embora existam outras línguas com menor implantação que o croata e o italiano), no entanto está longe de ser desprovida de identidade própria. De entre os croatas étnicos não há grande exaltação ao facto de serem residentes na Ístria, de entre os outros grupos étnicos o caso é mais complexo.
A designação étnica "italiano" é atribuída aos que falam italiano como primeira língua nativa, existindo mesmo a "Comunidade Italiana" como instituição nas localidade onde esta língua é maioritária (como é o caso da vizinha Brtonigla/Vertenglio) ou considerável (como é o caso de Buje/Buie). No entanto, de entre esta comunidade a primeira identificação dos mesmos é como "istriano" e não como "italiano" e não raras vezes fazem lembrar que mesmo no tempo em que esta região foi território italiano (entre o fim da Primeira Guerra Mundial e Segunda Guerra Mundial) sempre se falou no quotidiano o dialecto istro-veneto, considerado um sub-dialecto no véneto (que era a língua da antiga Sereníssima República de Veneza mas foi considerada pelos linguístas italianos como "dialecto"). E pese embora a segunda identificação seja como "italiano", este povo está longe de gostar muito dos italianos de Itália, dando-se não poucas vezes o caso de um destes italianos ir a uma loja e quando sai o empregado ou lojista dizer um palavrão para se referi ao dito indivíduo (os italianos são um povo esquisito e mentalmente indisciplinado por natureza, característica não visível em tanta quantidade pelos de cá). Também em conversas de café é possível ouvir os "italianos" istrianos falarem mal dos italianos de Itália.
Esta forma de ser foi uma vez a mim explicada por um homem que estava como eu sentado ao balcão de um bar curiosamente situado na Comunidade Italiana de Momjan/Momiano a beber a sua cerveja. Segundo ele, a Ístria ao longo da História passou por tantos domínios sem nunca ter o seu próprio estado que a atitude dos istrianos em relação a isso é a de estarem por quem lhes possa trazer mais dinheiro, e actualmente de entre a Croácia, Eslovénia e Itália é esta última quem lhes pode fazer esse "favor" sendo a língua italiana um meio útil.
Seguem-se mapas da Ístria e seus dominadores ao longo dos últimos séculos.
Em cima: os territórios da Sereníssima República de Veneza em 1796.
Em cima: o litoral do Império Austro-Húngaro em 1897.
Em cima: os grupos étnicos do Império Austro-Húngaro em 1910, sem ter nenhuma identificação dos istrianos.
Em cima: a Ístria Italiana incluindo as cidades de Rijeka/Fiume e ilhas do Golfo de Kvarner/Quarnero não pertencente à actual região da Ístria no território croata.
Em cima: percentagem de falantes de italiano em 1910 por localidade.

Em cima: percentagem de falantes de italiano no território croata da Ístria (segundo os Censos de 2001).






sábado, 21 de abril de 2012

Portugal falado por maus motivos

Estando eu a fazer a "caça à palavra croata" habitual lendo jornais em língua croata deparei-me com uma notícia que envolvia a palavra "Lisabon" (o nome croata para Lisboa). Esta notícia encontrava-se no jornal "Jutarnji List" e é referente a uma apreensão de droga na Croácia cujo ponto de chegada à Europa foi através de Portugal, pelo que pude perceber da notícia visto que o empregado de balcão presente naquele momento naquele café não fala inglês para me poder traduzir a notícia.

Lá como cá: estacionamento pago

Não é nada que não existisse nas cidades croatas mas chegou agora à localidade onde me encontro a residir, Buje/Buie. Não me faz pessoalmente diferença neste momento visto que já não há carro para conduzir mas se havia coisa que quando tinha o carro eu apreciava era o facto de poder estacionar no centro mesmo ao lado do local de trabalho sem preocupações em pagar o estacionamento. Isso vai agora acabar para quem conduz.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Tão perto e tão longe



Buje é uma localidade fronteiriça, como se pode ver no mapa por mim colocado. Tem uma posição geográfica vantajosa encontrando-se no trajecto de Trieste (Itália) para Rijeka (Croácia). Encontra-se bastante perto da cidade de Koper (Eslovénia), o único porto esloveno, e quase todas as pessoas de Buje que nasceram antes da independência da Croácia nasceram na cidade de Koper pois é nesta cidade que fica o hospital mais próximo (na actualidade as pessoas têm que se deslocar para bem mais longe pois existe uma fronteira). Trieste está a 38km de distância.
Surgiu entretanto um problema: o carro está avariado e não parece haver intenção da parte da dona em o concertar devido à sua avançada idade (a do carro, leia-se). Voltou a surgir o problema do mau serviço de transportes nesta terra: o autocarro que vai para a vizinha localidade de Brtonigla cobra 22Kn (cerca de 3,15€) por uma viagem de 6km, os transportes para as cidades de Umag (a 12km) e Novigrad (a 14km) têm um horário e serviço ridículos, para se ir à cidades de Pula ou Rijeka o mesmo problema dando-se por vezes o caso de se ter de deslocar para as cidades de Umag ou Novigrad para se apanhar a camioneta para estas cidades, sendo que Buje fica mais próxima que cada uma destas últimas citadas cidades em relação às cidades citadas anteriormente, transportes para Koper não existem e incrivelmente é mais fácil ir de transportes públicos para Trieste (acontecendo o caso de a camioneta que vai para esta cidade italiana passar por Koper mesmo à frente da estação rodoviária e não parar lá).

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Tentativa de cozinhar receitas típicas XII


Delicioso bolo de limão, canela e café.

Lá diferente de cá: biblioteca escolar


Nas bibliotecas das escolas portuguesas é normal que o espaço se destine apenas para consultar livros ou quanto muito a biblioteca pode também ter serviço de mediateca. Na escola elementar croata daqui do sítio parece que a biblioteca tem também serviço de ludoteca e os jogos não se ficam pelos jogos de tabuleiro mas também por um outro ao qual se poderá chamar algo do tipo "jogo de chão". Estou a falar do Twister, um jogo no qual os jogadores se colocam em posições sobrepostas ao corpo dos outros jogadores (o que pode ser ou não agradável consoante a orientação sexual de cada um).