sábado, 3 de dezembro de 2011

Peripécias de uma viagem à Suíça

Tendo férias marcadas para uma semana no final de Novembro decidi fazer uma visita não só pelo Norte de Itália (Veneza e Turim) mas também à Suíça, mais propriamente à sua capital Berna.
A primeira etapa deste passeio foi ir de Buje a Berna. Comecei por apanhar a camioneta para ir a Trieste e logo neste trajecto deu-se o primeiro contratempo quando na parte eslovena da fronteira entre a Croácia e a Eslovénia eu fui o único passageiro da camioneta a quem pedida a verificação da mala. Valeu-me de muito o facto de tal como os eslovenos também os portugueses serem cidadãos europeus.
De Trieste a Milão por comboio nada houve a registar de anormal na viagem. Chegado à estação fronteiriça de Domodossola entre a Itália e a Suíça (o comboio passa a fronteira num túnel) não consegui entender quais foram os critérios pelos quais uns passageiros tiverem de mostrar a bagagem e outros não, sendo que neste caso eu tive mais sorte e não me foi questionada a bagagem.
A parte mais sórdida aconteceu quando chegado à estação ferroviária de Berna. Tal como fiz já em muitos países onde a moeda não é o Euro, tratei de me dirigir a um ATM para levar dinheiro local e qual não foi o meu espanto quando o mesmo não me foi facultado. Trato então de usar o cartão de crédito sendo que neste caso a mensagem aparecida é a de código errado quando tinha a certeza quase absoluta que aquele era o código certo. O que fiz então foi enviar um SMS à minha mãe a questioná-la acerca de qual o código do cartão ao que o SMS de resposta me veio a confirmar que estava a colocar o código correcto. Tendo algum agente policial me visto a mexer no telemóvel ao mesmo tempo que marcava o código, assim que saio do ATM sou abordado por 5 agentes policiais o mais baixo dos quais com cerca de 1,90m (eu tenho 1,77m). Questiono-os se falam inglês, ao que obtenho uma resposta positiva. Sem sequer ter sido questionado acerca dos mesmos, tratei de mostrar tanto o cartão de débito quanto o de crédito aos agentes para estes poderem verificar que têm o mesmo nome que o constante dos documentos pessoais que apresentei (passaporte e cartão do cidadão) e não se tratam de nenhum produto de "carteirismo". Não me valeu de nada e fui levado para a esquadra onde o mínimo movimento era notado (a esquadra tinha o aquecimento com uma temperatura muito alta ao que perante o gesto de abrir o casaco tive logo 3 agentes a prenderem-me os braços. Dentro de uma sala tive de tirar tudo o que tinha nos bolsos para além de me despir. À estranheza dos agentes pelo facto de ter dois telemóveis nos bolsos eu tive de lhes responder que um tem um cartão SIM português e outro um cartão SIM croata pois encontro-me a viver na Croácia. Foram-me abertas todas as malas de fio a pavio e em relação à carteira nem o mais insignificante talão foi deixado ao acaso na bisbilhotice tendo surgido comentários ao facto de ter bastante dinheiro na carteira, ao que respondi que estando a viajar é normal que me tenha de acautelar para o caso de necessidade (como veio a ser necessário mais tarde para a máquina de trocar moeda). Ao fim de 40 minutos detido foi-me dito que estava livre. O agente que me disse isso falava muito depressa e perante a minha questão em relação a repetir o que tinha sido dito pois não tinha percebido sou logo confrontado com a má cara do agente em causa. Expus o problema em relação ao facto de a recepção do hostel onde iria ficar alojado poder já estar fechada pelo facto de já passarem das 23:00 (hora que vinha como de fecho na reserva que tinha comigo) não tenho tido qualquer sensibilidade da parte de nenhum agente pelo facto de devido à asneira deles eu poder não ter local para dormir naquela noite. A única coisa que me fizeram foi um dos agentes me acompanhar até a uma máquina de troca de moeda que cobra 4CHF por cada nota metida na mesma, tendo acabado por ter de gastar quase 17CHF (quase 17€) num taxi para me levar ao hostel que felizmente estava em horário de Inverno aberto até às 00:00.
Tudo isto aconteceu num país que se orgulha da Convenção de Genebra, Cruz Vermelha, UNICEF e outras tretas.

Sem comentários:

Enviar um comentário