domingo, 30 de outubro de 2011

Lá como cá: falta de civismo nas caixas dos supermercados

Pouco depois de no supermercado me ter deparado com a situação descrita no post anterior eis que chegou a altura de ir para a fila na caixa. A cliente que estava atrás de mim não teve qualquer problema em atirar as compras dela para cima das minhas sem se preocupar em deixar um espaço para a operadora de caixa saber onde terminam as compras de um cliente e começam as compras do cliente seguinte. Embora já tenha o hábito de falar em italiano sempre que posso, não sou ainda fluente o suficiente para dizer das boas à mulher que fez isso. Tratei eu de colocar o separador para evitar que a operadora de caixa se enganasse.
À minha memória vieram-me situações quotidianas de quando trabalhava num supermercado cujo nome começa por "Mini" e acaba em "preço", uma experiência que não desejo a ninguém.

Istra/Istria: uma região bilingue II

Onde eu vivo não invulgar ouvir as pessoas a começarem uma conversa em croata e acabarem-na em italiano, ou vice-versa. Tenho um bom exemplo disso no meu senhorio. No entanto, nunca imaginei que isso pudesse acontecer numa frase com apenas duas palavras como pude ouvir num supermercado alguém a cumprimentar com um "Dobro giorno" que mistura a palavra croata para "bom" com a palavra italiana para "dia".

sábado, 29 de outubro de 2011

O omnipresente símbolo da Croácia


Em gabinetes, salas de aula, serviços públicos e mesmo locais mais privados ele está por todo o lado! Não me estou a referir a alguém mas sim a uma coisa. Essa coisa é o quadro com o símbolo da Croácia presente na bandeira deste jovem estado. Esta fotografia foi tirada na sala onde têm sido leccionadas as nossas aulas de croata e italiano.
O que já sei acerca deste símbolo? O axadrezado vermelho e branco relaciona-se com a união da antiga Croácia Vermelha com a antiga Croácia Branca.

Curiosidades acerca da língua croata III

O verbo croata para "escrever" é o verbo "pisati" (que se pronuncia "piçati"). Na terceira pessoa do presente a conjugação é a seguinte: "On/Ono/Ona pisa", sendo que "pisa" se pronuncia como o português "piça".
Também para tomar atenção é o facto de haver um outro verbo muito parecido em croata e que se pronuncia algo como "pichati" que significa urinar.

Curiosidades acerca da língua italiana V

Estando a ser preparada uma festa de "Halloween" no espaço da Comunidade Italiana de Buje fui juntamente com a minha supervisora e o meu colega italiana falar com uma das responsáveis pelo espaço. A conversa foi toda em italiano e a certa altura eu pude depreender que essa pessoa a certa altura referiu-se a uma tal de Mariana (ou possivelmente Marianna) como "La Mariana" (ou possivelmente Marianna). Como sempre pensei que o português era a única língua românica (e não sei se também a única língua indo-europeia) onde se usa o artigo antes de um nome próprio, tratei de no final da conversa perguntar ao meu colega italiano se é correcto em italiano usar-se o artigo antes do nome próprio ao que ele me respondeu que é habitual tal acontecer entre os italianos do norte mas não é o falar correcto.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Abertura de ponto informativo sobre a União Europeia


Foi aberto no dia 19 de Outubro o EU Info Point. Este serviço destina-se a esclarecer os cidadãos acerca da União Europeia e estará aberto todas as quartas-feiras com os voluntários do SVE em Buje. Fica o mesmo situado na Universidade Aberta Popular de Buje (no mesmo edifício onde fica a biblioteca pública e onde estou a dar aulas de inglês). Deixo-vos uma imagem do espaço.

Fotografia do escritório

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Tentativa de cozinhar receitas típicas


Na ronda que estamos a fazer por casa para que em cada domingo um dos moradores faça um prato tradicional de cada país, calhou-me a vez no dia 23 de Outubro. Decidi-me por fazer uma carne de porco à alentejana, ou pelo menos tentar. O resultado podem ver na fotografia. O meu colega de casa francês (embora supostamente não viva na nossa casa, mas isso já é outra questão) adorou. As minhas colegas polaca e eslovaca disseram que gostaram mas acharam o prato muito pesado. Eu fui o único que não achou o resultado grande coisa...

Culinária para desenrascar IX


Fritam-se um panados de peixe (não me perguntem qual), coze-se fusili e atiram-se uns pedaços de ananás no fim da fritura para cima dos panados. Está um jantar feito!

Curiosidades acerca da língua italiana IV

O italiano é uma língua que tem um padrão estabelecido a partir do antigo toscano, a língua (ou dialecto, como os italianos gostam de chamar às falas dos estados existentes anteriormente à unificação em 1861) falada em Florença. No entanto, ainda se conservam os falares anteriores à unificação que faz este ano 150 anos de idade.
No dia 26 de Outubro foi-me dada a oportunidade de assistir a uma peça teatral em italiano feita por uma companhia da cidade de Trieste. Foi-me dito que a peça seria em italiano, o que felizmente já em nada me afugenta. Ao ver a peça desde o início noto que o italiano que estava a ser falado não era exactamente aquele que me está a ser ensinado. Questiono no intervalo as pessoas com quem fui assistir à peça, ambas falando em italiano e eu a falar em italiano com elas, sobre se o que estava a ser falado era o italiano padrão ou era alguns dos vários "dialectos". A resposta que tive foi que se tratava do dialecto triestino. Não resisti em expor a minha curiosidade pelo facto de muitas palavras serem mais parecidas com o português que com o italiano padrão. Uma das pessoas que estava comigo e que tem o dialecto triestino como língua-materna questionou-me sobre qual era o verbo português para quando uma pessoa pretende fazer algo. A minha resposta foi que esse verbo é o verbo "Querer". A resposta dela foi que no dialecto triestino também existe este verbo enquanto que no italiano padrão o verbo é "Volere".
Para satisfazer curiosidades: os triestinos pronunciam "Amor" em vez de "Amore", a palavra para "Chamado" é pronunciada "Chamato" em vez de "Quiamato" como acontece no italiano padrão.

domingo, 23 de outubro de 2011

Curiosidades acerca da língua italiana III

Um dos meios que tenho usado para aprender o italiano, para além das aulas da língua, tem sido a leitura de jornais e um livro em italiano. Ao ler esse livro, da autoria da Charles Bukowski, deparei-me com a palavra "fica" a ser usada num contexto que excluía a hipótese de se tratar da 3ª pessoa do singular do correspondente ao verbo "ficar" em italiano. O contexto em que essa palavra voltou a aparecer mais à frente no livro levou-me a perceber que "fica" em italiano corresponde ao português "cona".

sábado, 22 de outubro de 2011

Curiosidades acerca da língua croata II

O croata pode ser, e de facto é, uma língua complicada. Uma palavra inserida numa frase raramente está na forma em que aparece no dicionário. As declinações, algo que não era estranho ao latim mas é pouco frequente na maioria das, senão todas, línguas românicas, são uma constante na língua croata e, pelo que posso depreender das minhas colegas que têm como língua-mãe uma língua eslava, também nas outras línguas eslavas.
E nem os nomes próprios escapavam às declinações, estando bem viva na minha memória o facto de na papelada referente ao projecto em que estou a participar eu ser referido em certa parte como "Rui-a" (e pelo que a minha amiga croata a viver em Coimbra me disse, não se trata de nenhuma feminilização da minha pessoa). É uma questão de perceber o contexto em que a palavra está inserida, algo que o meu conhecimento actual da língua não permite.

Curiosidades acerca da língua italiana II

É natural que duas línguas originadas a partir de uma mesma língua ancestral tenham muitas palavras parecidas ou mesmo iguais. No entanto, o facto de as palavras terem a mesma ortografia ou mesmo a mesma pronúncia em línguas diferentes não significa que signifiquem o mesmo.
Assim, cuidado com palavras italianas como "sei", por exemplo, que não se trata da primeira pessoa do singular do verbo "sapere" (saber) no presente do indicativo, como acontece no português, mas trata-se sim da segunda pessoa do presente do verbo "essere" (ser). Assim, à pergunta "Dove sei" (de onde és) deve-se responder referindo a origem.
Mas este não é o único caso de confusão entre os dois verbos em português e italiano. A primeiro pessoa do verbo "sapere" é "Io so" sendo que "so" se pronuncia de forma semelhante à primeira pessoa do verbo "ser" em português (sou).
Escusado será dizer que para estar a referir estes factos é porque estou a sentir essa confusão na aprendizagem da língua.

Culinária para desenrascar VIII


O que fazer quando se tem um salsicha alemã, ananás, fusili, óleo e molho "Akvar". Cozinha-se o fusili, corta-se a salsicha alemã em duas e frita-se com óleo acrescentando-se depois na sertã o molho "Akvar" e os ananases cortados. Junta-se tudo isso num prato e está feito.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Curiosidades acerca da língua italiana I

A língua italiana pode não parecer difícil de aprender devido à imensa quantidade de palavras semelhantes ou mesmo iguais às correspondentes em português. Há no entanto características da língua italiana que podem dificultar a aprendizagem desta língua para quem seja um falante nativo de uma língua românica.
Nas línguas românicas que conheço (português, galego, castelhano e francês), o plural é feito através do acrescento do "s" à palavra no singular, havendo no entanto casos em que mais algumas letras poderão ter de ser acrescentadas antes do "s", como por exemplo "canal" e canais" ou o plural das palavras portuguesas acabadas em "ão" e cujo plural se faz em "ões" ou "ães". Na língua italiana acontece o plural depender bastante da forma como termina a palavra no singular e usam-se vogais para a terminação no plural. Assim sendo, palavras femininas acabadas em "a" deverão ter o seu plural a acabar em "e" assim como palavras masculinas acabadas em "o" deverão ter o seu plural a terminar em "i", e daí a razão de o italiano ter tantas palavras acabadas em "i". Nada de estranho para quem já tenha a noção de que no latim o plural de "um" se fazia a terminar em "a". Uma leitura que uma vez fiz da mensagem de um maço de tabaco em romeno leva-me a crer que na língua romena as coisas são semelhantes ao italiano.
Para complicar as coisas, quando o singular de uma palavra masculina termina em "go" o plural é suposto ser feito com a terminação "ghi", assim como quando o singular de uma palavra feminina termina em "ga" o plural se faz com a terminação em "ghe".
No entanto, mesmo para quem consiga reter esta lógica, há um problema: o italiano é pródigo em excepções à regra e o caso do plural é disso um bom exemplo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Curiosidades acerca da língua croata I

Nunca ninguém me tinha dito que a língua croata era fácil e posso-o confirmar agora que a estou a aprender.
A terceira pessoa dos verbos, tanto no singular como no plural, em vez de ter 2 géneros tem 3 géneros, o que me valeu ter colocado à professora a questão sobre se o 3º género era o transexual. Complicado é também saber quanto usar o 3º género, que não é o transexual mas sim o neutro. Tal como nas línguas românicas, o plural entre o género masculino e feminino juntos é feito com o plural do masculino. Complicado foi perceber em que contexto usar o género neutro.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tenham lá calma, croatas! I


A Croácia vai ter um referendo acerca da sua adesão à UE em 2013. Segundo as estatísticas, é provável que o Sim ganhe. Um pouco por todo o lado são já visíveis algumas bandeiras da União Europeias já colocadas nos mastros. Em Zagreb são às dezenas. Na sala onde planeio os projectos há uma bandeira.
Difícil é de perceber tanto entusiasmo pela adesão a uma organização com tantos problemas, a começar pelos próprios problemas estruturais.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Culinária para desenrascar VII


Esparguete, salsichas alemãs fritas e um pouco de pomodorina na fritura das salsichas. Está um jantar feito!

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Culinária para desenrascar VI


Arroz, feijão castanho que não sei se existe em Portugal e salsichas. Está feita uma refeição!

domingo, 9 de outubro de 2011

Saber coexistir numa casa I



Quando se vai viver para uma habitação onde vamos partilhar o nosso espaço com pessoas que não nos são nada há que observar o cumprimento de certos requisitos para a boa coexistência. O ambiente dentro desta casa entre os diferentes coabitantes não tem nada de mais que se lhe possa apontar. No entanto, por vezes, há coisas sobre as quais se tem de dar nota. Principalmente quando esse facto vem de alguém que há uns tempos andava a queixar-se de que haviam pessoas na casa a deixarem a loiça suja e a "esquecerem-se" de a lavar.

sábado, 8 de outubro de 2011

Ida a Goli Otok e Arbe

Inserindo-se no evento "Together we grow", foi um grupo constituído por italianos, voluntários de Brtonigla e Buje, e académicos, para além das instituições que promoveram este evento, fazer uma visita ao campo de concentração de Goli Otok, do tempo de Tito, e ao campo de concentração de Arbe, construído pelos italianos no tempo de Mussolini.
As fotografias foram tiradas não só nesses campos mas também pelo caminho que incluíu duas travessias com barco. Infelizmente esqueci-me da máquina fotográfica em casa e tive de tirar as fotografias com o telemóvel.

sábado, 1 de outubro de 2011

Culinária para desenrascar V



Último grito da minha criatividade na cozinha: Fusili com cogumelos, molho de tomate e rodelas de salsicha.






Uma vista para os Alpes



A cidade de Buje fica na Croácia mas muito perto da cidade de Kopar, na Eslovénia, e da cidade de Trieste, em Itália. Na rua que liga San Sebastian (onde vivo) ao centro de Buje é por vezes possível, em dias limpos, ver os Alpes.

Na fotografia tirada os Alpes aparecem bem ao fundo e é necessário ser bom observador para se dar pela cordilheira mas ao vivo a visibilidade é maior.